Rejeitos

Nos caminhos da desleal singeleza humana

Suscito em todos desmedida atenção

Olhares se voltam ao derradeiro pagão

Que raiva e pesar do coração emana

Enleados preceitos da mesquinhez me negam socorro

Os ladrilhos da rua me sussurram ao pé do ouvido

Que o indigente por aqui não é bem recebido

E a vil cidade me repele em coro

Atirado ao nada como indigno doente

Com total desespero amputo meu abalado ego

E se, por ventura, agora me oferecerem ajuda, eu nego

Induziram em mim um infundado crente

Prossigo a vida acreditando no que conferiram a mim

Um ajudante do que me indeferiram até a morte

Carrego pelo infindável universo essa sorte

Que tenuamente me levaria ao fim.

André Fernandes

André Fernandes e Pedra Mateus
Enviado por André Fernandes e Pedra Mateus em 17/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2852848
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