Belenidade.
Sentado, sob a chuva da cidade das mangueiras
Noto agora o que antes não parecia estar ao meu redor
Minha sombra, mais escura, refletindo sobre o que acontece junto a mim.
As gotas de água são as únicas que chegam perto.
Ela - a chuva, não a sombra - me conforta
E talvez eu esteja fazendo-a companhia – à sombra, não à chuva.
A garota passa
Não somente por passar
Para ser percebida
Quem sabe a insegurança seja um dom
Se eu fosse um pouco inseguro talvez meu coração não estivesse tão magoado
Está tudo quebrado
Cacos espalhados sobre o piso
E cada toque no chão me espeta e faz doer a sola dos meus pés
Me espeta e me espanto com a capacidade de alguém alegre se tornar sozinho, amargo
Um alguém que antes feliz, agora nem acalentado pode ser
E se fecha na solidão, com medo de amar, ou ficar perto de alguém novamente.