Belenidade.

Sentado, sob a chuva da cidade das mangueiras

Noto agora o que antes não parecia estar ao meu redor

Minha sombra, mais escura, refletindo sobre o que acontece junto a mim.

As gotas de água são as únicas que chegam perto.

Ela - a chuva, não a sombra - me conforta

E talvez eu esteja fazendo-a companhia – à sombra, não à chuva.

A garota passa

Não somente por passar

Para ser percebida

Quem sabe a insegurança seja um dom

Se eu fosse um pouco inseguro talvez meu coração não estivesse tão magoado

Está tudo quebrado

Cacos espalhados sobre o piso

E cada toque no chão me espeta e faz doer a sola dos meus pés

Me espeta e me espanto com a capacidade de alguém alegre se tornar sozinho, amargo

Um alguém que antes feliz, agora nem acalentado pode ser

E se fecha na solidão, com medo de amar, ou ficar perto de alguém novamente.

André Fernandes e Pedra Mateus
Enviado por André Fernandes e Pedra Mateus em 17/03/2011
Código do texto: T2852844
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