NADA MUDOU

Nada mudou... ou quase nada

Eles permanecem caiados

Hipocrisia tem sido considerada virtude

E César continua recebendo o que não lhe é devido

Há os que se arrogam teus discípulos

E auferem santidade pelas orlas dos vestidos

Preclaras figuras freqüentam

Templos luxuosíssimos

De finíssimo acabamento e requintado mobiliário

Tem sido vilipendiado

O corpo onde fazes morada

Habitat do Espírito Santo, o etéreo santuário

Fizeram da tua imagem

Objeto de transação

Mercadeiam a tua mensagem

Falseiam com a verdade

Produzem alienação

Nada mudou... ou quase nada

Tergiversam com palavras

Segundo conveniências

E afirmam que tu as disseste

Batem no peito jactanciosos pelo status recebido

Às expensas do dízimo oferecido

A economia é complexa, com termos extravagantes

Over nigth, open market, câmbio, desindexação

Mas o velho amor ao dinheiro

Raiz de todos os males, não mudou, permanece

Põem a culpa na inflação

Nada mudou... ou quase nada

Ainda há gente sincera

Crentes no amor e na justiça

Que sabem que liberdade só na luta se conquista

São por isso objugados, como tu também o fora

Não esmorecem, persistem, são chamados "comunistas"

Edmilson Esteves
Enviado por Edmilson Esteves em 16/03/2011
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