CAIS...

Deixaste o teu Cais

Abandonaste assim sem mais

Largaste tudo e muito mais

Aquilo tudo que era teu

Encaraste a força das marés

Meteste teus peitos ao imprevisível

Com a tal coragem destemida

Te arriscaste e levaste o teu navio

Sem pensar, sem hesitar

Não cruzaste com nehuma embarcação

Pois nehuma se arriscou a fúria do mar

Mas tu ousaste contra o perigo

Sabendo que não serias visto

Procuraste tua liberdade com o pecado do proibido

E em alto mar foste em busca de teus desejos e prazeres

Sem a Rosa dos Ventos

Navegastes aos maus tempos

Sem os Pontos Cardeais

Te jogastes ao grande oceano

Sem Bússula, sem orientação

Pegastes todos os temporais

Sem medo por ser tão pretencioso

Por achar ser o Dono do Mundo

Por achar saber tudo

Por ser o Dono da razão

Hoje és um navio encalhado

Levado pelo teus erros

Trazido pelas marés

Marés que não perdoam

Por isso içaste tuas Velas

Com medo de naufragar

Com os ventos e os temporais

Totalmente impedido de navegar

Por teres te arriscado sem pensar em ninguém

Ficarás enterrado no banco de areia com tua solidão

Tanto vives amendrontado, agarrado no mastro

Escondes nos porões tuas culpas e remorsos

Com a vergonha na cara

Do teu abandono e das tuas traições

És um navio que nunca mais voltará ao teu Cais!...

Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 08/11/2006
Reeditado em 08/11/2006
Código do texto: T285178
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