Mas sobretudo tentar

Como é difícil o encontro,

do eu comigo mesma.

No decorrer da minha existência,

vivi presa, tal qual passarinho,

numa gaiola dourada,

vendo a vida passar...

Não ousei, não errei,

aprendi a me resignar.

Sufoquei a busca,

propus-me a esperar.

Mas a espera também cansa,

quando acaba a esperança,

e o ver ao longe não pode mais saciar...

E a vida, antes um filme,

que passava frente a meus olhos,

agora tem-me como atriz.

Abri as portas do futuro e voei,

não sei que atriz serei,

que filme vou encenar,

não quero ser coadjuvante,

quero um papel marcante,

onde possa acertar e errar,

mas sobretudo, tentar...

Fernanda Maria
Enviado por Fernanda Maria em 08/11/2006
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