MUSA POR ENCOMENDA

Você, vez em todas, abusa.

Disse que queria uma poesia.

Respondi-lhe: Impossível!

Não trabalho assim por encomenda,

Não ter rascunho e depois emenda.

Só as boas!... Autofagicamente falando.

Quando assim por empreitada,

Fica um gosto meio pueril

De obra inacabada.

Preciso é de uma musa,

Fonte pujante de energia,

Que não é elegível,

Que não é merenda,

Que não é prenda.

D’aquela que não foi gerida,

Que nascimento não tem data,

Mas, já me é muito útil

Sabê-lo, deva ser procurada.

Março 2011