O TEMPO
O tempo vive a refrescar a sede
em loucuras ou entoando hinos,
desejos e prazeres, rezas e desatinos;
O tempo que secou, mas que deixou raízes,
e em verde renascerá...
Na solidão em que, livre está.
Silente sol com chama mais segura,
cada um dos dias mais espaço dura,
e a hora, sem ter voz, desengana.
Não contes por ponteiros os anos;
teu calendário impõe as colheitas;
das primaveras as folhas secas
De tudo quanto ignoras te aproveitas;
pisas todo o teu mundo sem enganos.
não busque prêmios e não padecerás de danos,
Pois mais se vive, quanto mais te estreitas.