Eflúvio corporal
Resta crer que o amor não suporta a solidão
É a pura luz que reflete da minha eivada flor
E desperta-me para experimentar toda a dor
Do sentimento terreno que supõe imensidão
Tempo feliz que transpassa-me de grilhões
Parece que nunca se acaba, triste é a ilusão
No final derrama-se na terra aos borbotões
Sentimento assim foge a toda compreensão
Aspira divindade no que só tem de humano
Entanto o sentimos, mesmo sem esperança
De que nos possa conduzir a um outro plano
Vai além da nossa capacidade de percepção
Quem experimenta acaba qual doce criança:
Com a mente suspensa e devastado coração.
Brasília-DF, 15 de março de 2011.