Soneto à Poesia

O que penso, às vezes:

Estamos bem perto.

Como dois siameses,

dividimos mágoa e afeto.

Quando calo, ela ralha.

Quando sou desconexo,

é quando ela desembaralha

num movimento sem nexo.

Eu entro pelas portas do fundo.

Ela sai de leve, nas pontas dos pés,

pela tangente da minha fantasia...

Eu sou apenas um moribundo

que divaga, errante, em seu convés:

eu sou apenas o poeta, ela a poesia...

(Um brinde ao dia da Poesia!)

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 14/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2848539