O Peso da Minha Mão
Sou um sujeito sem sorte,
Minha mulher foi para o norte,
Foi morar com a mãe dela.
Sou o guarda de uma rua,
Toda noite eu guardo a lua,
E quem será que guarda ela?
E me sentindo arrasado,
Por nunca mais ter brincado,
Arranjei uma morena.
Mas, a danada da mulher,
Brincar comigo ela não quer
E de mim, não sente pena.
Quando aqui ela aparece,
O desejo logo me cresce.
E vem vontade de brincar.
Mas, ela fala que não pode,
Se esperneia, se sacode,
Diz que tem pressa de voltar,
Pois deixou em sua casinha,
O filhinho e a filhinha,
Ficaram lá os dois sozinhos.
Namoramos só no portão;
Entrar ela não entra não,
E só ficamos nos beijinhos.
Eu já estou me pondo bravo,
Pois penso que é um desagravo,
Vou arrumar é um pampeiro.
Pois na hora de eu provar a maçã,
Ela me diz: até amanhã
E em mim, só fica o cheiro.
Da próxima vez que ela vier,
Se um gostoso cafuné,
Em mim ela não fazer.
Vou mostrar pra essa mulher,
A força que tem meu pé,
E ai dela se não correr,
Pois estou desconfiando
Que, ela está me enganando
Com algum outro bonitão.
Mas, se isto for verdade,
Ela não vai sentir saudade,
Do peso da minha mão!...