Sombras e luz
Sob a luz do luar me encontro sozinho
Em frente a mim uma tela e nela um moinho
Moinho de dor angustia e sofrimento
Moinho que gira e trás consigo o doce aroma do vento
Na minha tela, expresso tudo que sinto
Seja no degrade ou na luz e sombras pinto tudo, não minto
Pinto a vida como é, ora felicidade, ora desgraça
Penso nela, minha mente fica obscura, ó maldito estigma esse da nossa raça
Ela permeia minha mente e invade meus sonhos e desejos
Ahhhhh, como eu a desejo, desejos seus olhares maliciosos, seus beijos!
Minha doce e encantadora amada, a donzela dos meus sonhos
Lembro-me que ela não me ama e me desfaço destes pensamentos enfadonhos
Volto-me para a tela e Lá esta seu lindo rosto
Ó dor angustiante que acomete meu peito
Dor de um amor sem gosto
Perdido antes mesmo de se conquistar
Amor impertinente, amor onde não puder amar
Na tela surgem fantasmas do passado, dos quais não desejo lembrar
Feridas no coração, a muito causadas que só me fazem sangrar
Causadas como que por ferro em brasa, o dia que ela se foi me marcou
Ela se foi, eu não acreditei, ela se foi, mas dentro de mim muito restou
Seus olhos doces e brilhantes ficaram impressos na minha mente
Quer queira ou não eu me lembrarei de seus olhos, para sempre
Ela morreu, em meus braços sorrindo uma ultima vez
A dor e a escuridão se apoderaram do meu coração
Dor amarga e cruel, dor de perder o que era meu mundo
Dor de me abster de tudo e me atirar num abismo sem fundo
Onde poderia reviver tudo de bom que passei ao seu lado
Onde a veria novamente por uma ultima vez, onde poderia descarregar esse fardo
Esse abismo é a minha arte, ora em degrade, ora em sombras e luz
A arte imitando a vida, a cada passagem, a cada historia contada
A vida imitando a arte a cada segundo, a cada memória relembrada
A vida e a arte se misturando, crescendo e mudando, a vida para ser vivida e a arte eternamente lembrada.