I ELEGIA DE GUERRA
Sucessivamente se ouvem estrondos
e a mente já não rege o corpo
que está tonto, torto... morto
irremediavelmente frio
e as crianças crescidas, encapadas,
sem inocência, brincam
no alpendre de suas ideologias
da devastação de nações eletrônicas
onde não existe um prêmio
principal, não sabem a tônica
do sangue e raiz expostos.
Sem lágrimas para molhar seu pranto
sem água para encher o cântaro
onde as flores secas se expressam
em ais de santo, sem saliva
para untar o barro e limpar a pele
de quem haja dor no ser e o
roer do estômago suplicante:
meu sonho matou as pedras
e entristeceu os anjos da morte.
(Obs.: poema publicado no livro Cúmplices)