I ELEGIA DE GUERRA

Sucessivamente se ouvem estrondos

e a mente já não rege o corpo

que está tonto, torto... morto

irremediavelmente frio

e as crianças crescidas, encapadas,

sem inocência, brincam

no alpendre de suas ideologias

da devastação de nações eletrônicas

onde não existe um prêmio

principal, não sabem a tônica

do sangue e raiz expostos.

Sem lágrimas para molhar seu pranto

sem água para encher o cântaro

onde as flores secas se expressam

em ais de santo, sem saliva

para untar o barro e limpar a pele

de quem haja dor no ser e o

roer do estômago suplicante:

meu sonho matou as pedras

e entristeceu os anjos da morte.

(Obs.: poema publicado no livro Cúmplices)

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 14/03/2011
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