O Rei, o Decreto e o Inferno

É a história de um rei,

Rei que nunca serei,

Pois em minha caminhada,

Por seu pecado pequei

E minha doce amada,

Com grande pesar,

Abandonei

Aqueles muros

De abstrato concreto

Ainda hoje negam

Meus sorrisos sinceros

O rei não duvidou

De seu destino incerto

O rei nunca amou

Infeliz, por certo

E sozinho decretou,

Com ardor, no deserto

Que aquele que amar

Se refugie

No inferno!

O inferno é a ilusão

Daquele que dia-a-dia vive em vão

A esperar de uma nova estação

Um brilho no olhar

Alguém que lhe dê a mão

O inferno, meu caro amigo,

é ser sozinho com o umbigo,

Desejando, acalentando a oração

O verso a dois, mas o verbo não

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 13/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2846129