POEMA SEM INSPIRAÇÃO
Acordei sem a mínima inspiração.
A poesia, ao que parece,
resolveu não dar as caras
e deve estar de cara fechada
ou de cara cheia
nalgum recanto.
Está na cara
que não escreverei nada,
que ficarei mudo,
de alma calada
nalgum recanto.
E, já que não há poesia,
vou falar de futebol,
ou da falta de sol
na manhã de hoje.
Ou melhor, vou falar de pão,
de pessoas que nunca mais encontrei,
do acidente de ontem,
quando um motoqueiro apressado
atropelou uma pobre cadela
que cruzava a avenida.
Vou ficar calado.
Não quero fazer poemas de amor.
Não por falta de amor,
muito pelo contrário.
Deixar o vinho envelhecer
é necessário.
Não quero escrever contos
com alguma coisa erótica
ou perniciosa.
Vou ficar calado.
E calado eu penso.
E pensando eu chego
onde ninguém jamais esteve.
Eu, capitão Kirk, doutor Spock
e Bones McCoy.
Onde nenhum homem jamais esteve.
É melhor ficar calado.
Acordei sem a mínima inspiração.
A poesia, ao que parece,
resolveu não dar as caras
e deve estar de cara fechada
ou de cara cheia
nalgum recanto.
Está na cara
que não escreverei nada,
que ficarei mudo,
de alma calada
nalgum recanto.
E, já que não há poesia,
vou falar de futebol,
ou da falta de sol
na manhã de hoje.
Ou melhor, vou falar de pão,
de pessoas que nunca mais encontrei,
do acidente de ontem,
quando um motoqueiro apressado
atropelou uma pobre cadela
que cruzava a avenida.
Vou ficar calado.
Não quero fazer poemas de amor.
Não por falta de amor,
muito pelo contrário.
Deixar o vinho envelhecer
é necessário.
Não quero escrever contos
com alguma coisa erótica
ou perniciosa.
Vou ficar calado.
E calado eu penso.
E pensando eu chego
onde ninguém jamais esteve.
Eu, capitão Kirk, doutor Spock
e Bones McCoy.
Onde nenhum homem jamais esteve.
É melhor ficar calado.