Ilusão

Emprestei as asas da águia,

Sem direção fui voar,

Entrei num espaço vazio,

Nem nuvens haviam por lá,

Peguei alguns pingos de chuva,

E sobre as mãos lavei o rosto,

Dois ou três guardei na luva,

Pra sentir somente o gosto,

Segui em frente à aventura,

Sem saber onde parar,

E se caísse daquela altura,

Não sobrava nem pra contar,

Deixei estrelas para trás,

Passei pelo cruzeiro enfeitado,

Numa velocidade voraz,

Podendo até ser multado,

Não vendo alguém por ali,

Fiquei confuso e preocupado,

E sem motivo até pra sorrir,

Suava gelo ao quadrado,

Junto a mim corria o frio,

Deixando-me pálido sem resistência,

Naquele lugar triste e sombrio,

Sem um sinal de emergência,

Achei um canto e lá pousei,

Naquelas terras de ninguém,

Parei um tempo e descansei,

Abasteci, passei de cem,

Pra retornar dessa viagem,

E não acabar o meu gás,

Pois tava ali só de passagem,

Naquele mundo de paz,

O silêncio só foi quebrado,

Quando minhas asas eu bati,

Pra lua mandei um recado,

Fui visitá-la e não a vi,

Deixei meu telefone anotado,

Caso ela queira ligar,

Convidando-me para algum noivado,

Se alguma estrela casar.

Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis.

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 13/03/2011
Código do texto: T2845490
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