Ilusão
Emprestei as asas da águia,
Sem direção fui voar,
Entrei num espaço vazio,
Nem nuvens haviam por lá,
Peguei alguns pingos de chuva,
E sobre as mãos lavei o rosto,
Dois ou três guardei na luva,
Pra sentir somente o gosto,
Segui em frente à aventura,
Sem saber onde parar,
E se caísse daquela altura,
Não sobrava nem pra contar,
Deixei estrelas para trás,
Passei pelo cruzeiro enfeitado,
Numa velocidade voraz,
Podendo até ser multado,
Não vendo alguém por ali,
Fiquei confuso e preocupado,
E sem motivo até pra sorrir,
Suava gelo ao quadrado,
Junto a mim corria o frio,
Deixando-me pálido sem resistência,
Naquele lugar triste e sombrio,
Sem um sinal de emergência,
Achei um canto e lá pousei,
Naquelas terras de ninguém,
Parei um tempo e descansei,
Abasteci, passei de cem,
Pra retornar dessa viagem,
E não acabar o meu gás,
Pois tava ali só de passagem,
Naquele mundo de paz,
O silêncio só foi quebrado,
Quando minhas asas eu bati,
Pra lua mandei um recado,
Fui visitá-la e não a vi,
Deixei meu telefone anotado,
Caso ela queira ligar,
Convidando-me para algum noivado,
Se alguma estrela casar.
Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis.
Email: assislike@hotmail.com