Pássaro raro
Vejo na figueira um pássaro raro
Observo-o, e percebo que ele a mim
Gostaria de convidá-lo a cantar
Mas aquele era seu tempo de pausa
De asas abertas buscava o descanso
Misturava-se às folhas da árvore
Mesmo à sombra suas penas brilhavam
Uma abelhinha por perto lá estava
De flor em flor extraía o doce néctar
Assediada, a exausta ave a espiava
E com seu ágil bico logo a engoliu
Veio a seguir uma borboleta azul
Que indefesa também virou alimento
De repente o pássaro voou decidido
Indo pousar em um pequeno limoeiro
Pareceu-me já estar bem descansado
Eis que começava seu belo concerto
Ao vento ecoava seu sublime cantar
Pouco a pouco caía a sombra da tarde
Não tardou que a ave se afastasse dali
Restou-me retornar também ao meu lar
Sonhando um dia rever aquele cenário