O tom
Quando passar essa tarde
E a lua brilhar no infinito
Céu azul, beijo e alarde
Arde-me o peito, é bonito
E as estrelas a vagarem
No teto do meu coração
São lembranças, miragem
Na loucura vadia, emoção
Ao passar da noite fria
Aos sussuros do vento
Coberta de luz e magia
No crespúsculo o alento
E os primeiros raios do sol
A pairar sobre o horizonte
Sulfurando o brilho de algol
Saturando a alma de cationte
Quando passar esse dia
Inteiro a pesar e pensar
Ouve-se o som da alodia
Recomeça o canto no ar
E as horas que passam e correm
Apotam o vagar cândido a noite
O tom preciso do próximo aloite
Contra os mistérios de outrem