Ao vento

No ápice do espírito enxergo-me a imo

Com a clara visão de quem conserva um medo

E, a esmo, confidencia um desejo pelo vento

Recolho, em meio a um redemoinho, o findo que amaldiçoei

E aspiro o pó vencido entre as palavras que nunca usei

Eu cortejo o vento

Cortejo as folhas secas que por ele passeiam e a força que as fazem voar sem medo

Cortejo seu cântico calado e invisível que flutua sem notas para tocar

Invejo sua onipresença sutil que dança de mão em mão

Eu o cortejo, vaidade tênue

Eu desejo o vento.

Débora Passarelli
Enviado por Débora Passarelli em 12/03/2011
Código do texto: T2843106
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