Ao vento
No ápice do espírito enxergo-me a imo
Com a clara visão de quem conserva um medo
E, a esmo, confidencia um desejo pelo vento
Recolho, em meio a um redemoinho, o findo que amaldiçoei
E aspiro o pó vencido entre as palavras que nunca usei
Eu cortejo o vento
Cortejo as folhas secas que por ele passeiam e a força que as fazem voar sem medo
Cortejo seu cântico calado e invisível que flutua sem notas para tocar
Invejo sua onipresença sutil que dança de mão em mão
Eu o cortejo, vaidade tênue
Eu desejo o vento.