ABORTIVA
Eles me subiam lentamente pelas pernas
Alcançavam meu colo e pelos olhos entravam
Silenciosos e torturantes
E me cobravam a vida num instante
Eram versos que eu matei, ó mãe infame
Para do mundo esconder o meu pecado
E, por mais que eu clamasse
Queriam viver ao sol e sobre as ondas velejar
Velas sangrantes do meu fado