Oceano sem respostas
Sim, eu já naveguei em seu oceano,
E vivi de suas calmarias e procelas
Naveguei, e nele me transformei um decano,
E em todos os pontos de partida, eu me vi passar por elas...
Sim, eu morri nas muitas vezes que nele naufraguei,
Mas em contrapartida, nele muitas vezes renasci
Quando minha nave na sua imensidão eu joguei,
E com velas ao vento por ele parti...
E ao meio de sua solidão, cantos de sereia eu escutei
E as vozes de Dante ressoar num antigo arpão
Assombrando-me pelos caminhos que naveguei,
Alienando-me de seguir a voz da razão...
Então segui, sem leme, sem rumo
Até onde se encontrava a esperança
E tentei em suas ondas encontrar meu prumo,
Mesmo que apagando qualquer lembrança
De muitos portos e rostos de despedidas,
E lágrimas neles sendo desperdiçadas
Almas sentindo-se feridas,
Por minha bandeira pirata içada...
Um pirata, que nada nesta vida pilhou
Nem sequer escondeu tesouros
Mas que ao vento gritou
Que a lua era sua prata, e o sol seu único ouro
O ouro que nascia e morria no mesmo mar,
Nos lados opostos que reluzia
Onde como magia, a lua parecia pairar
Espelhado frente e verso em poesia...
Como a que em você eu pude encontrar
Mesmo que me encontrasse vazio e sozinho
E mesmo sabendo que não há encruzilhadas no mar
Foi me aprofundando nele que me perdi no caminho