A existência e o tempo...

Em queda livre

Escorre o conteúdo

Da ampulheta...

Areia, suor,

Sangue, às vezes,

Fluem no perpassar

Do tempo...

E Cronos mostra

Que o que era sacro

Já não é tão importante;

Que os recônditos desejos

Não são mais tão ansiados;

Que existe um momento

Em que o nada se apodera

Dos nossos sonhos e ilusões

E passamos a não ter mais

Vontade de ter vontades...

O que nos era fenômeno

Transmuda-se em númeno

E o incompreensível

Torna-se-nos cognoscível...

O tempo nos confere

Esta coroa de placidez

Forjada na ourivesaria

Das vivências,

Onde as perlas e diamantes

São as cicatrizes

Que nos legaram

Ensinamentos

Em nosso caminhar...

E nesse caminho

Já não enxergamos mais

Nossos passos na areia,

Já não sabemos onde

E porque íamos...

E passamos a compreender

A nossa ínfima existência

Cuja história não vai além

De um átimo de segundo

Na areia do tempo...

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 11/03/2011
Reeditado em 10/08/2011
Código do texto: T2840872
Classificação de conteúdo: seguro
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