VIDA CINZA
Minha vida está cinza
Como o tempo do Recife
nesta manhã
Dois de Junho,
Dois mil e nove,
Cinza e bela
Opaca quimera nos desejos
de não acordar
mais,
As cinzas voaram indiferentes
ou errantes
Como poesias, poetas, mágicos
das palavras
Em suave pouso num
Entardecer qualquer
- corações, vidas, alvos –
a dormir nos balanços do tempo
cinza que seja
verdes dias virão ou não.
O escuro esconderá a cor
O calor dissipará a leveza
A sombra duplicará o pendão
do rei morto
Nos escombros mornos da
imaginação.
As cinzas se espalham, dia
límpido
A gosto.
As imagens fecham com os
Destroços nos desgostos da visão
Cinza. Vida... noite.