VIDA CINZA

Minha vida está cinza

Como o tempo do Recife

nesta manhã

Dois de Junho,

Dois mil e nove,

Cinza e bela

Opaca quimera nos desejos

de não acordar

mais,

As cinzas voaram indiferentes

ou errantes

Como poesias, poetas, mágicos

das palavras

Em suave pouso num

Entardecer qualquer

- corações, vidas, alvos –

a dormir nos balanços do tempo

cinza que seja

verdes dias virão ou não.

O escuro esconderá a cor

O calor dissipará a leveza

A sombra duplicará o pendão

do rei morto

Nos escombros mornos da

imaginação.

As cinzas se espalham, dia

límpido

A gosto.

As imagens fecham com os

Destroços nos desgostos da visão

Cinza. Vida... noite.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 11/03/2011
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