Depois

Dedilhei canções

Escondi tufões

Neguei perdões

Evitei senões

E nessas pegadas

ainda fincadas

em meu caminho,

está o desalinho

de todas as cores

e até dos sabores

que desistimos

de viver juntos.

O tempo que corre

e escorre feito água,

não ameniza a mágoa,

não maquia a falta,

e não te exclui da pauta

dos meus planos,

hoje banhados

em tantos enganos.

Nem a frase mais certa

estancou a ferida, ainda aberta.

Nem o beijo mais quente

saciou esse querer, demente.

Nem o gemido, feito à dois

abrandou a dor, do depois.