VIDRAÇAS
Partículas do sol
Precipitam das alturas
Misturadas às gotas de chuvas
Que batem esparsas
Sobre as vidraças
Pairando no céu
Uma gaivota inocente
Faz-se solidária
Com as cores do entardecer
Ao findar o crepúsculo
A lua surge deslumbrante
Graciosa e majestosa
Desce do seu pedestal de princesa
E sem receio se embrenha
Nas incultas brenhas do silencio
E calmamente repousa
Numa alcova de sonhos
De desejos ou quem sabe
Uma louca paixão.