Ato Falho I - Dois Minutos de Insanidade
Agora me vem de braços abertos
Querendo dar um paliativo ao irremediável
Pobres medíocres, seu discurso moralista
[não estanca minhas dores.
Me olham como um animal inferior,
Um protótipo de ser racional:
Acham que não sei amar.
Veem com facilidade o cisco em meus olhos
Mas não veem a trave que tolda os seus.
E agora só me resta dor
E tantos conselhos inuteis
E ânsias de ser o que era
Por que o que eu fui, não sou mais
Me decaptaram, me mutilaram
E me reconstruiram maneada em formas esdrúxulas,
Em conceitos falhos.
Desculpem-me, eu desconheço seus motivos
Afinal, eu sou só uma criança...