“Idas”

Ir até a porta e ver mãos estendidas,

Andar pelas calçadas e ver pessoas esquecidas,

Em baixo da ponde limpando suas feridas,

Caindo de joelhos por bênçãos que “não chegam” das graças pedidas,

Senhoras de uniforme e as praças varridas, de pó e de vindas,

No aeroporto pessoas bem-vindas,

Nas fotos em postes, crianças perdidas,

Nos jóqueis, nas bancas, dinheiro, apostas, corridas,

Nas favelas, na dia-a-dia contradição das pessoas oprimidas,

Nas musicas, poesia, e corte nas palavras reprimidas,

Nas mesmas musicas mensagens entrelinhas,

No horário nobre manequins comovidas,

Nos programas banais, boçalidades “vendida”,

Nos sofás,guetos,sarjetas, pessoas vencidas,

Fumando cigarro no sofá,na pedra da praia,em mesas de bar carcaças deprimidas,

Nos acidentes, tiroteios, chuvas, greves arrastões, pessoas socorridas,

Nos becos. Viadutos, portões, e outros buracos crianças vivas mortas, pelas drogas destruídas,

Nos comércios, gabinetes,feiras,celas,até em suas casas, pelas autoridades pessoas extorquidas,

Impondo estrelas, gravatas, divisas, diplomas ou insígnias autoridas destrutivas,

Por tudo isso, por tanto idas e vindas, o que resta esperança perdida,

E na Babilônia, Atlântida vencida sem o toque de Midas,

A plebe cada vez mais pobre e a monarquia cibernética cada vez mais rica,

Nada de novo no novo.

Odair Dias

Odair Dias
Enviado por Odair Dias em 10/03/2011
Código do texto: T2839430