Sobras da noite

Das pretensões

Restou a direção

Dos versos espremidos

O rabisco da emoção.

Notas recolhidas

Solfejos emitidos

Daquela imensidão.

Abolidas de tantas coisas

As culpas imerecidas

Compulsória devolução.

Juras curtas

Ressoam pensamentos

As sobras da noite

Que revira o tempo.

Feito fio da navalha

Um corpo na cama espalha

A face do sol curva-se arrebol

Nas bordas do lençol.

Ventos algozes

Baila fumegando chama

Ateando fogo a lenha

E para além do castigo derrama.

Pela fresta da janela

Deita a face negra da lua

Vestindo o corpo

Dessa sombra... nua.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 09/03/2011
Código do texto: T2837297
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