DA CARNE
Pequei,
Não n’alma
Mas, na carne!
Melei-me dessa gosma que nos é derivado,
De um melado do gozo pecado.
Melei, com vós...
De um melado profanado!
Pequei,
Não n’alma,
Mas, na carne!
Não que vós sintais, cansados em vossos atos,
Pois, em vossas carnes, sendo tudo usado,
Não será de se perdeu, o mel
Que em vós é apurado.
Pequei,
Não n’alma,
Mas, na carne!
Sendo de versos, o eu sagrado.
Minh’alma é pouco elevada,
Mas o eu des’versos, poeta retirante,
Tenho na carne um constante desejo
De na carne ser o eu gigante!