SE ME AMARES
Se me amares
é hoje ou nunca;
e o processo será a
ética da ótica
lunática ou telúrica
do momento que,
por ti,
me fez radicalizar.
Se me amares
será hoje ou nunca;
e as gotas do orvalho
são o sangue e a túnica,
a roupa e a volúpia,
o invólucro
em nossos corpos
a rolar enquanto durar
o sono utópico.
Se me amares
será eternamente;
e os momentos serão
senão a vida e o alento,
construtores da amplitude
do desencontro,
do contra-senso:
se me amares
serás o tempo,
lento,
que mente
e nos faz adormecer.
(Obs.: poema publicado no livro Cúmplices)