O MONSTRO

Rasgou devagar o ventre

De cima, no peito

Até o sexo

Lacerando com as garras

Hediondas afiadas

O sangue jorrando

Inundando

Colocou para fora

A cabeça pontuda

Os olhos curiosos

A boca sedenta

Arreganhou, escancarou

Os dentes navalha

Babando

E urrou com a alma

Alto e estridente

Saltando para fora

Do corpo inerte

Que estraçalhado

Desabou sem vida

No chão imundo

Ergueu as patas

Para o alto

Em sinal de louvor

E libertação

E gritou tão alto

Que nunca mais

Um cão latiu

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 08/03/2011
Código do texto: T2835855