O MONSTRO
Rasgou devagar o ventre
De cima, no peito
Até o sexo
Lacerando com as garras
Hediondas afiadas
O sangue jorrando
Inundando
Colocou para fora
A cabeça pontuda
Os olhos curiosos
A boca sedenta
Arreganhou, escancarou
Os dentes navalha
Babando
E urrou com a alma
Alto e estridente
Saltando para fora
Do corpo inerte
Que estraçalhado
Desabou sem vida
No chão imundo
Ergueu as patas
Para o alto
Em sinal de louvor
E libertação
E gritou tão alto
Que nunca mais
Um cão latiu