Espionagem
O poeta é um mensageiro do além,
Retratista das coisas do mundo,
Usa a palavra em seu teor fecundo
Numa fotografia sofisticada do que a vida tem.
Em seu faro artístico o poeta fantasia
As verdades aveludadas no cromo do tempo,
Encaixar-se na interpretação é ficar atento
Aos moldes estilísticos que configuram suas alegorias.
Não há escolho nas veredas da poesia,
A liberdade tinge as palavras de utopia,
Mas o poeta sabe que tudo é camuflagem...
Na linguagem poética o veredito está nas entrelinhas,
Com maestria pintam-se sentimentos e fatos em ladainhas
E o poeta é o artesão máximo dessa espionagem!
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