Gota de orvalho.
Uma gota de orvalho,
Na pétala de flor macia,
Dependurada num galho.
Lutava desesperada,
Já sentindo que caía.
A gota perdia as forças,
Deslizava perigosamente,
Quando um pássaro sedento,
Não pensou nem um momento,
E sua sede saciou.
Agora a gotinha estava,
Num mundo desconhecido,
Sem saber o que fazer.
Em um lugar estranho,
Só querendo entender.
Esse orvalho nascido,
Do sereno da madrugada,
Agora tinha morrido.
Para o pássaro viver.
Sem ao menos ter vivido
Assim é a natureza,
Mostrando a todo o momento,
Que tudo tem seu valor,
Até uma gota de orvalho,
Que enfeita uma flor.
Nada vive por viver,
Existe sempre um motivo,
Para a alegria e a dor,
Nada dura para sempre,
Mas tudo é fonte de amor.
Aos meu queridos anjos que me lê,
meu beijo com carinho!
Luiz Vila Flor
*PARA ANTOINE LAVOISIER?
A pétala caiu, quase a flutuar.
De certo um acidente, coitada,
Em uma travessura na corola.
O vento leve e morno da manhã
Levou-a para além do caule fino.
Em seguida trouxe-a de volta.
Então, passados alguns minutos,
Vieram duas formigas operárias
E levaram-na, operantes e calmas.
Cumpriu assim sua missão, a pétala,
Completando seu ciclo na natureza.
No início, enlevo; no fim, alimento.
Lindos versos, bela interação poeta, muito agradecida pelo presente, amei!