Obreiro e a madame
Obreiro: Bom dia senhora Maria,
Como vai seu amado marido?
Diz que já estou trabalhando
E que para mim isso é brincadeira.
Madame: Por que? Está muito fácil?
Não é motivo para se achar,
Pois tem muito que trabalhar
És preguiçoso, ignóbil.
Obreiro: Eu sou o quê? Por que o falar difícil?
O que eu disse não é motivo de ficar zangada,
Você também não foi nada educada,
Completamente infeliz.
Madame: Não me importo, vai fazer o que hoje de tarde?
Não agüento mais essas horas fastidiosas,
Preciso de emoção, me senti mais excelsa,
Ouvir falar muito de sua virilidade.
Obreiro: Olha ai a dama da sociedade,
Não pode ver um bom peão,
Assim esquece do marido por causa do tesão,
Mas o que importa não é a felicidade?
Madame: Então está marcado, três horas.
Vou estar deitada na cama,
Venha e apague essa chama,
Que me faz fazer cada loucura.
Obreiro: Quando vai chegar o seu marido?
Não quero perde o trabalho,
Para as crianças quem vai comprar o alho?
Os meus filhos já são um pouco desnutridos.
Madame: Não se preocupe homem,
Ele vai passar o dia todo fora,
Só vai chegar às dez horas
E com isso podemos aproveitar, meu bem.
Obreiro: A senhora que manda,
Apenas obedeço,
Escravo do desejo.