Espontaneidade
Gosto muito de Lady Gaga, não só pela qualidade das músicas. Li um texto falando entre muitas coisas sobre o fato dos artistas hoje em dia, não serem ou fazerem novidades, ou mesmo serem autênticos, e comparando Gaga a Madonna.
O que me chamou mesmo a atenção no texto, foi fato de o autor caracterizar o que havia de bom em Madonna, o fato dela basear suas produções artísticas em, o que ele chama de "suas questões existenciais", que é o que falta para as artistas atuais, na visão do autor.
Achei tudo isso interessante. Mas gosto muito de Lady Gaga, mais por sua devoção a arte e a fama, do que por sua espontaneidade excêntrica, gosto dela, mais pelo o que ela faz com as músicas dos outros, do que pelas de suas própria autoria.
Vejo nela além da coragem de querer fugir do comum, uma capacidade de expressão que sai por todos os poros de sua pele. Que pra mim, é o que transparece quando fazemos o que gostamos.
Queremos sempre mais do outro, nada satisfaz nossa alma. Estamos sempre em busca de algo, de fora, que nos balance, que nos sacuda, que diga "ei, olha isso que eu faço, que você nunca viu!".
E na verdade, sim, somos absolutamente chatos, previsíveis e comuns.
E ainda temos esse hábito, também interessante, de atribuir coisas boas à nossa época. Que é a época em que vivemos intensamente tudo, quando somos jovens, a maioria das pessoas classifica esse época como a da adolescência. Em que tudo o que tocamos, vemos, comemos, ainda é novo. Existe essa coisa de estréia.
E então ficamos exigentes, porque daí pra frente, poucas coisas mexem com a gente. Ficamos cansados de trabalhar e da nossa vida, tão monótona, e queremos cada vez mais que alguma coisa nova, sacuda com nosso mundo de novo. E exigimos isso da "época" dos outros.
Pensamos, acredito, nos iludindo, que isso que todos adoram agora, e que para nós não passa de cópia, não nos interessaria em nossa "época".
Por fim, eu penso que questões existenciais não são novidades, nem mesmo na "época" da Madonna.