JOÃO JOSÉ
João José
Criado lá no cerrado
Em visita à cidade
Com as luzes se encantou
Já não quis saber
Da luz de lamparina
Planejou uma usina
E o sertão iluminou
Mas hoje
Ele chora de saudade
O sertão virou cidade
E a pureza se acabou
Já não se vê
Lanternas de vaga-lumes
E nos rios os cardumes
São coisas raras de encontrar
Pois foram mortos
Pela ambição do homem
Que hoje chora a dor da fome
E não encontra um remédio
Para dela se livrar.