A última poesia.

O pássaro pousou mansinho em meu sonho que partia,

entoando bem baixinho em tons de melancolia

uma sentida melodia de amor.

Foi competindo os acordes, elevando seus trinados,

em partituras mescladas de estranhos sons musicados

sem tua alegria e com minha dor.

Emitiu semitons afinados, notas nunca antes dedilhadas,

nas canções de despedida, como lágrimas disfarçadas

em doces músicas inventadas para orquestra imaginária.

No rumor leve de suas asas, no bailado que ao ar ensaiou,

num vôo final de partida, sobrevoou o espaço solitária

e, triste, na derradeira dança, minha alma te levou.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 05/11/2006
Código do texto: T283049