A última poesia.
O pássaro pousou mansinho em meu sonho que partia,
entoando bem baixinho em tons de melancolia
uma sentida melodia de amor.
Foi competindo os acordes, elevando seus trinados,
em partituras mescladas de estranhos sons musicados
sem tua alegria e com minha dor.
Emitiu semitons afinados, notas nunca antes dedilhadas,
nas canções de despedida, como lágrimas disfarçadas
em doces músicas inventadas para orquestra imaginária.
No rumor leve de suas asas, no bailado que ao ar ensaiou,
num vôo final de partida, sobrevoou o espaço solitária
e, triste, na derradeira dança, minha alma te levou.