EU BRINCO COM AS ESTRELAS

Eu brinco com as estrelas

Como amigas

Corremos em nossos cavalos

Alados

Pelos lugares mais distantes

Do céu,

Nos recantos sagrados da

Infância.

Brinco com o sol também

Quando ele se levanta.

Brinco principalmente com as

Chuvas novas,

Depois de grande temporada

Do sol,

Também amigo,

Mas o sol cresce, fica maduro

Parece não gostar de brincadeiras

Infantis...

Quando as chuvas chegam...

Que alegria! Que alegria!

Os riachos correntes

Os pés descalços,

As águas puras, cristalinas...

Às vezes me pego correndo

Descalço nas águas puras dos

Riachos da infância

E corro pelos campos da

Poesia,

Sentindo-me criança nova,

Estrada de chão

Riacho que não cobre

Os pés

Mas que cobre o corpo

Inteiro,

Alma e corpo.

Os riachos estão mortos

Pelos paralelepípedos

Mas voltam sempre à

Poesia

Dos meus pensamentos

Então pego meu barco,

Grande navegador

E lavo minha alma

Nas puras lembranças

Infantis.

Eu queria sorrir,

A poesia nunca me

Deixou,

Bela e leve companheira

Mas o riacho secou

Sob o peso das pedras

Frias

Que não permitem brincadeiras

Infantis

Então fico melancólico, acuado

Pelos destroços das pedras

Pesadas

A machucar meu coração...

Mas a criança volta

E com ela os riachos.

Tiro as sandálias para não

Sujar as águas com

Coisas superficiais

E corro riacho a cima,

Faço meu barco,

Nunca esqueço quão bom

Navegador era,

Sou

E tudo fica bonito, puro

(para não existir mundo)

Apenas a criança e os riachos

São eternos.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 04/03/2011
Reeditado em 04/03/2011
Código do texto: T2829151