EU BRINCO COM AS ESTRELAS
Eu brinco com as estrelas
Como amigas
Corremos em nossos cavalos
Alados
Pelos lugares mais distantes
Do céu,
Nos recantos sagrados da
Infância.
Brinco com o sol também
Quando ele se levanta.
Brinco principalmente com as
Chuvas novas,
Depois de grande temporada
Do sol,
Também amigo,
Mas o sol cresce, fica maduro
Parece não gostar de brincadeiras
Infantis...
Quando as chuvas chegam...
Que alegria! Que alegria!
Os riachos correntes
Os pés descalços,
As águas puras, cristalinas...
Às vezes me pego correndo
Descalço nas águas puras dos
Riachos da infância
E corro pelos campos da
Poesia,
Sentindo-me criança nova,
Estrada de chão
Riacho que não cobre
Os pés
Mas que cobre o corpo
Inteiro,
Alma e corpo.
Os riachos estão mortos
Pelos paralelepípedos
Mas voltam sempre à
Poesia
Dos meus pensamentos
Então pego meu barco,
Grande navegador
E lavo minha alma
Nas puras lembranças
Infantis.
Eu queria sorrir,
A poesia nunca me
Deixou,
Bela e leve companheira
Mas o riacho secou
Sob o peso das pedras
Frias
Que não permitem brincadeiras
Infantis
Então fico melancólico, acuado
Pelos destroços das pedras
Pesadas
A machucar meu coração...
Mas a criança volta
E com ela os riachos.
Tiro as sandálias para não
Sujar as águas com
Coisas superficiais
E corro riacho a cima,
Faço meu barco,
Nunca esqueço quão bom
Navegador era,
Sou
E tudo fica bonito, puro
(para não existir mundo)
Apenas a criança e os riachos
São eternos.