PALADAR DE SAUDADE
PALADAR DE SAUDADE
Quando eu tinha casa,
Eu ia satisfeito às compras.
Trazia frutas várias,
Muita comida,
Pequi, frango caipira,
Tudo que o dinheiro
Pudesse comprar.
Se não desse dava um pré-datado,
Comprava fiado.
Nem sabia como pagar.
Décimo terceiro,
Ia às férias vender,
O que não podia era a comida faltar.
Tudo por amor eu fazia,
Em troca amor eu recebia...
Hoje não tenho mais casa,
Moro em um grande galpão,
Cheio de vazio é minha nova casa,
Como o meu coração...
Comprar o que não tenho para quem levar,
Também não encontrei nada,
Levar o que?
Cadê a criançada?
E a mulher amada?
Todos têm sua própria vida,
Levar para quem a comida?
Nas gôndolas de leite Ninho,
O ninho vazio,
Na de açafrão,
Na de frio
Frango de granja sem coração.
O paladar é de comer saudade,
Se alguém souber onde encontra-la
Me encomende uma carrada.
Pago a vista.
Êta vida danada...
Quando eu tinha casa...
Goiânia, 04 de MARÇO de 2011.