O Passa-Tempo
O relógio quebrado não informa mais as horas...
O tempo ficou parado em antigas memórias...
Os ponteiros não andam,
O tempo não corre,
Eu não envelheço...
Pura ilusão, doce bobagem
O espelho conhece as rugas sob a maquiagem.
Está na hora de trocar a pilha do relógio,
E as bilhas dos meus olhos,
Acertar os ponteiros
E os devaneios.
Seguir com os segundos
Que tecem os minutos,
Que tecem as horas,
Que tecem os anos,
Que tecem a morte.
Um dia não estarei mais aqui.
Pois o relógio arbitrário
Segue a lógica do sentido horário,
Ele é o senhor “Passa-tempo”
Que vai permanecer cruelmente,
Essa Eterna Ampulheta
Sempre em ordem decrescente.