O deserto de seus olhos

Da terra seca de sua alma

Esconde vida e jorra

Um lençol de águas doces

Que não segue vazão nem cala

Quem vê o deserto de seus olhos

Não imagina qual fonte derrama

Das cascatas de seus sentimentos

Os deltas que se moldam insanos

E ninguém neles pode navegar

No insólito silêncio de seu devagar

Seu açoite constante esconde

Os rios que não possuem ponte

Reconheço sua dor

Embora nunca a tenha sentido

Queria transplantar em você

O amor que lhe tirou a vida.

Pedra Mateus

Este poema é uma tentativa de acordar meu eterno amigo, Iomar Bezerra, que se encontra adormecido em uma dor contínua. Quem sabe algo mágico ocorra quando ele vir-se neste espelho poético.

André Fernandes e Pedra Mateus
Enviado por André Fernandes e Pedra Mateus em 04/03/2011
Reeditado em 22/05/2011
Código do texto: T2827500
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