O deserto de seus olhos
Da terra seca de sua alma
Esconde vida e jorra
Um lençol de águas doces
Que não segue vazão nem cala
Quem vê o deserto de seus olhos
Não imagina qual fonte derrama
Das cascatas de seus sentimentos
Os deltas que se moldam insanos
E ninguém neles pode navegar
No insólito silêncio de seu devagar
Seu açoite constante esconde
Os rios que não possuem ponte
Reconheço sua dor
Embora nunca a tenha sentido
Queria transplantar em você
O amor que lhe tirou a vida.
Pedra Mateus
Este poema é uma tentativa de acordar meu eterno amigo, Iomar Bezerra, que se encontra adormecido em uma dor contínua. Quem sabe algo mágico ocorra quando ele vir-se neste espelho poético.