O MOSQUITO
Aquela jovem senhora
Estava na missa rezando
Quando um mosquito ateu
Sorrateiro veio chegando
Atraído pelos pudores
Dos seus pomos encantadores
A ele se mostrando.
Sem qualquer cerimônia,
O mosquito, num voo rasante,
Aterrissou em seus pomos
De maciez inebriante...
E como quem nada queria,
Ele entre os seios descia
Querendo ir mais adiante...
Durante o passeio do mosquito
Sob a roupa da jovem senhora,
Sua angústia ela disfarçava
E pedia à Nossa Senhora
Que aquele pequeno inseto
Fosse um pouco mais discreto
E se aquietasse naquela hora.
E enquanto ela pedia
A ajuda do Sacrossanto,
O mosquito por sua vez
Ziguezagueava tanto
Que aquela serva de Deus
Pedia que os apelos seus
Fossem esquecidos, por enquanto.
Mas percebendo os olhares
Que lançavam sobre ela,
Aquela jovem senhora
Resolveu não mais dar trela
Ao mosquito libertino
Que descia em desatino
Sob as vestimentas dela.
Foi aí que ela resolveu
Dar um fim à sua agonia:
Sobre a roupa ela apalpava
O mosquito que seguia
Sua trajetória sem receios
Que teve início lá nos seios,
Mas o destino não se sabia...
A contragosto ela prendeu
Com a ponta do indicador
Aquele inseto atrevido
Que lhe instigara o pudor
E levantou discretamente
A blusa e, finalmente,
Livrou-se do inseto pecador.