DESTINO
 
No pelourinho invisível da vida
eu vou provando os açoites cruéis
e vão jorrando na face sofrida
lágrimas frias que enchem tonéis.
 
O nefasto destino traçado na areia
do amplo deserto disperso no mundo,
sigo rastejando qual uma serpente
comendo a poeira do solo infecundo.
 
Às margens de um fio de água escura,
no visgo impuro de um pântano vil.
Bocejo de amor que em ti eu procuro,
fazendo das quedas o próprio covil.
 
A dança mais torpe dos frios delírios
faz-se em suspiros carentes de amor,
olho ao redor e a paz eu aspiro
porém, só absorvo o suco da dor.
 
Pensei encontrar nas faces rosadas
de ti meu amado, o meu paraíso,
mas vejo minha alma tão só e cansada,
andando nas trevas como um fugitivo.
 
Assim seguirei pelas enxurradas,
de forte trovoada que enleia meus passos.
Rirei do fracasso e irei pela estrada
buscando a paz e o amor em teus braços.


(imagem do Google)