Réu da consciência
Em minha Mao uma pistola,
Que faz desaparecer,
Assim como um mágico e sua cartola,
Na TV uma reprise, Em minha lembrança um deslize,
Não quero mais que eu minta,
Pra mim mesmo a mesma mentira,
Coragem ou covardia, esperança ou utopia,
Depois que se aperta o gatilho,
Depois que o corpo cai,
Aquele que também era filho, agora so vai ser pai,
O gole e o trago como estimulante,
E o vicio como eterno acompanhante,
Não sei sorrir sou como gelo,
Quase não sinto eu tenho medo,
Não tenho sonhos, so pesadelo,
Não sei rezar, nunca tentei,
Ouvi falar em deus, mas nem liguei,
As vezes me contradigo, dizendo se deus quiser,
Sobre a mesa as únicas cartas são as contas a pagar,
E o retrato da mulher que nunca mais vou beijar,
Tenho uma camisa amassada e um carro que não dirijo,
Minha imagem no espelho e meu maior inimigo,
Os momentos terminam, e hora de acabar,
Levo comigo as lembranças de quando era menino,
De quando não tinha problemas,
E não enxergava o perigo,
Pisei em espinhos e esmaguei as flores,
Não senti o perfume e nem aprendi com as dores,
E depois que o dedo puxa o gatilho,
O pai que nunca foi pai,
Sera lembrado pelo filho,
E quando o dedo puxar o gatilho.....
Odair Dias