Coração de molho
Cólera violenta, um dia baço
e o teu fantasma é-me irreconhecível,
sai de tuas lágrimas assustadas
como um bondoso bicho
que morde,sopra e chora!
Quimera minha que sou, um bicho quase do mato,
olhando uma indizível dor em teu retrato,
após lembrar-me triste de tão tristes mágoas.
Meu coração sabe insubordinasse
diante da vulgar vontade do teu peito,
um doce de coco que se queimou no fogo.
Se olha assim ao meu olhar, teu olho,
diz-me de alma para alma o que em nós está de molho:
o teu coração ou o meu desabafo?