FRESTA DA JANELA
O fio de luz na fresta da janela
nos entremeios da janela do quarto uma pequena fresta d eluz se faz saliente
quebra a harmonia do escuro
toca os olhos dantes fechados durante a noite
cerrados em meio ao dormir e abertos com aquela claridade a se revelar
um ponto
talvez insignificante em meio a escuridão
mas que se fez notar
Um ponto de luz
que cutucou o silêncio da noite
e revelou uma noite falante
reflexiva
um silêncio iluminador
Um ponto de luz na fresta da janela
que revela
desvela
desnuda
toda a escuridão do quarto
toda a acomodação do corpo
e anestesiamento do espírito
Luz gritante numa simples fresta
que chacoalha a alma
e diz a esta
dormes mas não és morta
és viva e reluzente em meio a escuridão do dia
e a claridade da noite
Luz na fresta da janela
luzes nos recônditos das florestas internas
do labirintos
e obstáculos das dúvidas humanas
luz entrelaçada no suspiro do vento
na brisa suave
que reluz na terra de nossa existência...
Ana Lú Portes, Juiz de Fora, 01 de março, 2011