Os Sem Caras!
Daquilo que voa por ai,
Cartas jogadas pelas frestas do trem
Se alguém pegar, se alguém ler...
Outra frase estendida no ar,
Uma nota para bem navegar...
Do lado que a margem se mira,
O olho verte sobre o seio solto,
Pálida como estátua, troça anfíbia,
Alguma pausa para repensar atalhos...
Comedidos afetos descem pelos ombros,
A mão se segura para não tocar, seios...
Ávida é a respiração, feito outra história,
Mira além do vidro, flutuante a cair,
Passou os dias em recuperação, mas...
Barbatana sobre o corpo que jaz fundo,
Água saindo pelo tanto de roupa suja,
Lá vai a tarde espirrando no varal,
Nenhum acesso em qualquer mídia,
Anu branco que passa na praça,
Rara vez de ver o céu colorido,
São tempos de borrascas, muitas lascas,
A vez da terça que tanto demora
Chega feito nota de saída & pressa,
Algum lamento evapora, firmes seios,
Do vasto sorriso, uma lembrança, Lígia
O segredo que se mantém na boca,
Variantes para um mesmo contra-peso...
Tirei do limite uma expressão cara,
Para rever o mar em águas cálidas,
De todas as tormentas abriguei um sorriso,
Outra lembrança da costa da Frigia,
Vaguei deserto entre tártaros famintos,
Para Cassiopéia partiu mais uma nau,
Ficou o rastro, talvez, um naco de carne,
O último barril flutua até virar a boca,
Um rasgo de chuva para enfeitiçar a tarde!
Peixão89
fevereiro de 2011.