O meu amor
Do meu amor fiz papel.
O rasguei em pedaços,
O lancei na fogueira
E as cinzas o vento levou.
Meu amor vagou pelo mundo.
Cansou. Voltou exausto,
De olhos negros,
Corpo pálido,
As mãos em sangue.
Meu amor caiu em uma tumba,
coberto de flores mortas,
vestido de preto.
Mudo. Quieto.
E, assim, se enterrou vivo.
As velas se apagaram
E a coruja já não canta.