Conhecer mais que conhecer
Não posso com os devaneios
Que habitam o consciente
Desse sábio sem saber
Coerente, incoerente
De vontades incessantes
Pensamentos retumbantes
Nos labirintos da mente
Eu um pobre poeta desprovido
De ciência, destreza e de saber
Sigo os passos de um mestre ao bem dizer
De sua suma virtude de sabido
Que de nada que sabe é conhecido
E que tudo que sabe é limitado
Se o “eu sei” for por vós pronunciado
Saberei que não sabes o que dizes
Seu saber inda habita nas matrizes
Onde todo conhecer seu é gerado.
Jamais eu saberei o que eu sei
Feliz serei se souber que não sei nada
Retamente sei que há impregnada
Em minha mente, um conhecer. Então farei
Impugnar sobre os sonhos que sonhei
E minha vida desgraçada reaver
Pelo sonho de um dia conhecer
E ao chegar ao meu fim em vez de sábio
O meu saber transcrito num alfarrábio
Com cem laudas lamentando o não saber.