Conhecer mais que conhecer

Não posso com os devaneios

Que habitam o consciente

Desse sábio sem saber

Coerente, incoerente

De vontades incessantes

Pensamentos retumbantes

Nos labirintos da mente

Eu um pobre poeta desprovido

De ciência, destreza e de saber

Sigo os passos de um mestre ao bem dizer

De sua suma virtude de sabido

Que de nada que sabe é conhecido

E que tudo que sabe é limitado

Se o “eu sei” for por vós pronunciado

Saberei que não sabes o que dizes

Seu saber inda habita nas matrizes

Onde todo conhecer seu é gerado.

Jamais eu saberei o que eu sei

Feliz serei se souber que não sei nada

Retamente sei que há impregnada

Em minha mente, um conhecer. Então farei

Impugnar sobre os sonhos que sonhei

E minha vida desgraçada reaver

Pelo sonho de um dia conhecer

E ao chegar ao meu fim em vez de sábio

O meu saber transcrito num alfarrábio

Com cem laudas lamentando o não saber.

J A Freire
Enviado por J A Freire em 28/02/2011
Reeditado em 15/03/2012
Código do texto: T2820830
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.