Ruínas
Ruínas
Quase nada restou do branco caiado
Nas fortes paredes do velho sobrado
Nas rachaduras expostas:
(feridas do tempo)
Crescem avencas e teias de aranhas
Brotam suspiros, vermelhos e azuis
Os musgos avançam rumo ao telhado.
Subindo as paredes do antigo sobrado
O vento reclama através das janelas
Gemidos se libertam das pedras frias
No assoalho solto, ouvem-se os passos
Da dança ritmada com melodia
Dos risos alegres, dos beijos ardentes
Da vida que há tempos, ali existia.
Quase nada restou do sótão esquecido
Prisão dos meus medos e fantasias
Ainda hoje, vejo em sua janela
Uma moça tristonha, chamada Maria.
Quase nada restou do velho sobrado
Povoado agora, por mistérios sem fim
Por criaturas estranhas vindas da noite
Voando... Voando em volta de mim.