TRANSCENDÊNCIA

Tenho por arma abrigar-me nos sonhos

ao não suportar o fechar das portas,

ao me espancarem os feitos medonhos

que lançam meu resto em veredas tortas.

Para defesa me amparo em quimeras

e abrando em sopros a fúria das feras;

torno viável o viver enfadonho,

cuido que o infame se renda tristonho.

Recrio, faço vivas rosas mortas

nas canções lindas que rindo componho

e oferto ao amor que algures me espera.

Sempre que em mim o devaneio aporta,

construo o futuro em rasgos risonhos.

Ah, nos meus sonhos o sublime impera!

(Primeira publicação em 05 de junho de 2009)

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 28/02/2011
Reeditado em 26/06/2011
Código do texto: T2819473
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